O Porto de Luis Correia possui uma vantagem competitiva considerável por ser o único no Brasil a localizar-se na embocadura de um rio com 1200 km de hidrovia. (Renato Santos Junior)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

JORNALISTA PADUA MARQUES


A construção de um porto marítimo no Piauí certamente que ainda encontra muita opinião contrária, inclusive de piauienses e parnaibanos, dentro e fora de nossas fronteiras.
Claro que, pelo tempo que demorou em tomar vulto a atual construção, se passaram muitas gerações que não sentiram de perto esta necessidade. Uma necessidade de o Piauí correr atrás do tempo perdido e alcançar assim como seus vizinhos o pleno desenvolvimento. 
O Piauí passou em relação ao porto marítimo quase dois séculos paralisado e apenas vendo seus colegas da região Nordeste concorrendo com os outros estados do Sudeste e do Sul garantindo divisas para suas economias. Foi necessário muito empenho para que o atual estágio de sua construção chegasse a este ponto. Muitos parnaibanos não estão dando a mínima importância para o que representa esta construção. Naturalmente são aqueles parnaibanos que, pela ignorância ou timidez não acreditam em nada.

Porque são parnaibanos e piauienses que permaneceram longas e longas décadas sem ver e sentir qualquer sinal do que seja desenvolvimento. Então para estes parnaibanos ficou mais fácil desacreditar em tudo. Lamentavelmente é gente que muitas vezes temos que suportar a presença em rodas de conversa, reuniões e cerimônias públicas ou privadas.
Mas o Piauí bem que merece este porto. Passou um tempo danado vendo os outros se dando bem na vida e, convenhamos, se Minas Gerais, o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul fossem gente de carne e osso morreriam de inveja do Piauí, que tem 66 quilômetros de mar e até agora não tem porto. Estes três estados brasileiros pagam muito caro pela utilização de Tubarão, Santos e Paranaguá.
O Piauí está atrasado. Sem um porto, isolado no Nordeste, fica mais parecendo um soldado marchando no pelotão com o passo errado e pisando o próprio calcanhar. Sem querer ofender a categoria, se o Piauí não concluir seu porto de Amarração, vai continuar trabalhando de graça para o Ceará. 
Igual a essas empregadas domésticas que chegando a nossas casas ainda meninas, sem peito e calçadas com sandálias de dedo, ganham a confiança da patroa, criam nossos filhos e netos, preparam nossa sobremesa, a ceia de Natal e Ano Novo e no fim da vida têm apenas o direito de ouvir seu radinho de pilha e dormir num quartinho dos fundos como se fosse “gente da família”.
Antonio de Pádua Marques Silva.
 

Um comentário:

  1. Caro Pádua Marques.
    Parabéns pelo teu artigo.
    Realmente impera um sentimento de pessimismo incrível entre os parnaibanos. Recentemente fiz um comentário otimista a respeito de uma publicação de certa reportagem sobre a construção do nosso porto e só não fui agredido fisicamente porque moro longe. Mas moralmete...Até parece que eles rezam contra. Não acreditam mais em nada.
    Estive visitando as obras e acho que finalmente teremos um porto. Acho, também, que o fato de contarmos com Tutóia, fez com que as lideranças da cidade, nos seus anos dourados, deixassem de brigar com mais mais afoiteza pelo porto de Amaração. Mas ele, agora, virá em bom momento, com a chegada da ZPE. Sou um otimista filho de Parnaiba, desterrado aqui por Brasília, que na mocidade, trabalhando na Cacex, embarcou muita cera de carnauba para os portos do mundo. Abraços
    Gennes Rocha.

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