“Eu sempre digo que o bom da vida são os desafios e aqui não foi um desafio pequeno. Imagine ter que trabalhar as condições de retomar uma obra que ficou quase 25 anos parada.” A declaração é do governador Wellington Dias, em pé, sobre as estruturas do Porto de Luís Correia. O governador e o vice-governador Wilson Martins, acompanhados de uma comitiva de autoridades, visitaram as obras de conclusão do porto, nesse sábado (1º).
Recepcionados pelos engenheiros responsáveis pela obra, orçada originalmente em R$ 64 milhões, o governador e o vice-governador receberam pormenorizadas explicações técnicas em torno das características do empreendimento, examinaram a planta, conversaram com operários e concederam entrevistas. A comitiva passeou pelos moles do porto e verificou pessoalmente os locais onde atracarão navios de carga e transatlânticos com passageiros.
“Felizmente, graças a Deus, hoje, podemos vir aqui e ver a obra em andamento”, declarou Wellington Dias. “Entre R$ 64 milhões e R$ 70 milhões - a depender de como ficar o projeto - nós vamos ter uma obra capaz de garantir o porto”, comemorou. O governador destacou que o Porto de Luís Correia será dotado, entre outros equipamentos, de um terminal de petróleo, a ser abastecido por dutos interligando-o aos navios petroleiros atracados no cais.
Terminal de petróleo
Um parque de tancagem vai viabilizar a chegada da gasolina e do óleo diesel, que hoje desembarca no Porto de Itaqui, em São Luís (MA), e é trazido em caminhões-tanque ou através de ferrovia até Teresina. Com a conclusão do porto piauiense - e o respectivo desembarque marítimo dos derivados de petróleo -, haverá uma grande economia em relação ao pagamento do frete cobrado, para transportar os combustíveis de São Luís a Teresina.
Esse terminal de petróleo será construído numa segunda retroárea localizada à altura da praia, “com a toda a proteção de arborização, que permita termos o porto como algo que se soma à beleza do nosso litoral”. “Para mim é uma alegria, porque significa desenvolvimento”, afirmou o governador, garantindo que a conclusão do porto - hoje incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal - ocorrerá em dezembro de 2010.
Conversando com os engenheiros, Wellington Dias determinou a construção de uma casa de passageiros na primeira retroárea, o setor destinado à atracação de embarcações em alto mar. Dessa forma, o Porto de Luís Correia oferecerá condições adequadas de recepcionar esses turistas com maior conforto. “Estamos recomendando contemplar, neste projeto, uma casa de passageiros, para que tenhamos condições de dar um conforto”, reforçou.
Marina do Delta
Além do governador, várias autoridades foram reconhecer o andamento das obras de conclusão do porto. É o caso da secretária para Inclusão da Pessoa com Deficiência, Rejane Dias, e dos secretários da Fazenda, Antônio Neto, da Saúde, Assis Carvalho, e dos Transportes, Luciano Paes Landim, e ainda do prefeito de Luís Correia, Antonio José dos Santos Lima, o Kim do Caranguejo. Entre outras autoridades.
“Junto com o Porto de Luís Correia nós estaremos entregando a Marina do Delta, que também é um sonho de muitos anos”, disse o governador, referindo-se a um atracadouro para iates, veleiros e outros tipos de embarcações particulares usadas por navegadores de todo o mundo. Wellington Dias fez questão de destacar a decisiva participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff.
De fato, o anúncio oficial da retomada das obras do porto foi feito durante visita da ministra ao Piauí, no dia 9 de julho deste ano, para prestar contas do PAC. Na ocasião, coube ao ministro da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Pedro Brito, o papel de anunciar a conclusão de uma obra paralisada desde 1980, que se transformou no sonho de toda a população do Estado do Piauí.
10 metros de profundidade
Pedro Brito lembrava que a União já investiu, desde o início das obras, em 1976, o equivalente a R$ 390 milhões, incluindo a construção do mole de proteção e de parte do cais. A conclusão do porto vai abranger a construção de um aterro de retaguarda, com 300m x 100m de área, e a finalização do cais. Além disso, haverá uma operação de dragagem para que a profundidade local - hoje entre quatro e sete metros - chegue aos 10 metros.
O projeto inclui a construção de um terminal pesqueiro, com equipamentos para processar frutos do mar, e ainda espaço e instalações para armazenar containeres frigorificados, necessários à exportação de frutas, por exemplo. De acordo com o governador, a operacionalização do porto permitirá a reativação da ferrovia Luís Correia/Parnaíba/Teresina, completando um intermodal de transporte em benefício do litoral piauiense.
Fonte: Sergio Fontenelle
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