O Porto de Luis Correia possui uma vantagem competitiva considerável por ser o único no Brasil a localizar-se na embocadura de um rio com 1200 km de hidrovia. (Renato Santos Junior)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

PORTO DE LUIS CORREIA por RENATO SANTOS JUNIOR ( I V )

NOVAS ALTERNATIVAS OPERACIONAIS PARA O PORTO DE LUÍS CORREIA INTEGRADO A HIDROVIA DO PARNAÍBA (IV)

1.1 O Navio O navio é o tipo de embarcação mais indicado para a navegação em mares, e sua construção vincula-se às especificações suficientes para sua perfeita flutuabilidade e navegabilidade e utilização por longo prazo.

Podem ser de vários tamanhos, tipos, finalidades e configurações, adequando-se sempre às especificações exigidas.

São movidos por motores de grande potência, capazes de impulsionar e locomover centenas de milhares de toneladas.

Possuem velocidade variável, em média 20/22 nós, os mais velozes chegam a 26 nós, aproximadamente 46,8 km/h.

Cada nó corresponde a uma milha marítima, o equivalente a 1.853m = 1,85 km. Quanto à utilização podem ser cargueiro quando direcionado ao transporte de mercadorias e turístico para transporte de passageiros.

O tipo misto tem baixo emprego nos dias atuais.

Quando cargueiros são das espécies:i. Gearlers – assim chamados por não possuírem equipamentos próprios para embarques ou desembarques (guindastes, ponte rolantes ou outros aparelhos utilizados nas operações de carga e descarga, são totalmente, dependentes dos equipamentos dos portos. ii. Self-loading/unloading ou Self-sustaining ship – são dotados de equipamentos próprios para as operações de carga e descarga, independem, portanto, dos equipamentos portuários.

Os navios mais modernos já não são mais dotados de equipamentos de manuseio de cargas, adquirindo maior espaço e capacidade de peso, abrindo maior eficiência para o transporte de carga.

Quanto às dimensões e características o navio é assim considerado: DIMENSÕES DE NAVIOS CARGUEIROS ATUAIS Toneladas de peso morto (mil t)


30 70 150 250

Comprimento ( m ) 186 228 283 330

Boca ( m ) 24 32 43 53

Calado máximo (m) 10 13 17 21

Tabela 1 – Dimensões de navios cargueiros atuais. Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais: Departamento de Engenha ria de Transportes e Geotécnica. – Adaptado pelo autor.· Lenght (comprimento), que vai do espelho de popa (parte traseira) ao bico de proa (parte dianteira);· Beam (boca), maior distância entre os costados ou laterais do navio;· Pontal, altura fixa entre o fundo do navio e seu convés principal (“deck”);· Depth (calado), distância vertical entre a superfície da água – linha de flutuação – e a parte mais baixa da embarcação – a quilha, o domo do sonar ou algum outro ponto mais baixo.

A medida do calado do navio depende do peso da carga e da densidade da água – salinidade e temperatura.

No tocante a peso e capacidade, os navios se enquadram nas seguintes classificações de tonelagem:· Displacemente (deslocamento): peso em toneladas do volume d’água deslocado (variável);· Deadweight (porte bruto): peso em toneladas da carga, combustível, água, rancho, apetrechos, tripulação, passageiros e bagagens (variável);· Gross registered tonnage (registro bruto): volume total do interior do navio convertido em toneladas pela relação 100 ft³ = 2,81m³ = > 1 t (fixo);· Net registered tonnage (registro líquido): registro bruto menos a conversão em toneladas dos espaços não destinados à carga ou aos passageiros (fixo); Para atender diferentes tipos de necessidades (carga e operação) são os seguintes os tipos de navios:· General Cargo Ship (navio de carga geral): são navios convencionais, apropriados para o transporte de carga seca em geral, acondicionadas em volumes individuais (“breakbulk”) ou (“paletizadas”).

São divididos em porões e “decks” (geralmente 3, 4 ou 5 porões e 3 ou 4 decks), podendo ter, neste caso, entre 9 e 20 compartimentos independentes que servem para transportar qualquer tipo de carga, exceto frigorificadas.· Reefer Vessel (navio frigorífico): é um tipo semelhante ao navio convencional para cargas secas, porém seus “decks” e porões são equipados com equipamentos para refrigeração.

Seus porões podem ter controles de temperaturas diferentes, possibilitando o transporte simultâneo de mercadorias que necessitam de temperatura específica.

No tocante à sua capacidade, seguem os mesmos princípios dos navios de carga seca geral.· Bulk Carrier (graneleiro): são navios para transporte de carga sólida a granel (soja, milho, açúcar, minérios, fertilizantes, etc.).

Tem capacidade atribuída por idênticos critérios do navio de carga geral. Seus porões não possuem divisões e são providos de cantos arredondados para facilitar a estiva.

São construídos de forma a ter baixo custo operacional, ideal para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado.· OBO (Ore-Bulk-OH) (graneleiro): são navios adaptados para transportes alternativos de minério de ferro, granéis sólidos e líquidos.

A sua capacidade é dada pelos mesmos critérios dos navios de carga geral.· Tanker (navio-tanque): navio desenvolvido especificamente para o transporte de carga líquida a granel.

Não tem divisão em “decks”, seus porões são contínuos, a partir do “deck” principalaté o seu fundo, permitindo que, em caso de problema em algum, seja possível evitar maiores danos e continuar o transporte com os produtos nos demais compartimentos.

São equipados com sistema de bombeamento da carga para dentro e para fora.

Os navios-tanque podem ser encontrados em diversos tipos especializados em determinadas cargas, a saber: i) “Producte Tanker”, utilizado no transporte de diversos produtos, como petróleo refinado, petroquímicos, óleos minerais, etc. ii) ULCC (“Ultra Large Crude Carrier”), petroleiro de grande porte (300 mil toneladas), que depende de terminais especiais para a sua atracação e operação; iii) “Chemical Tanker”, navio tanque apropriado para o transporte de produtos químicos líquidos a granel.· Roll-On Roll Off (Ro-Ro): navio utilizado para o transporte de veículos.

A movimentação da carga (embarque e desembarque) é feita por rampas próprias do navio, que fazem parte do seu casco, podendo estar localizadas na popa, na proa ou ainda nas laterais. Este tipo de embarcação possui duas versões:o “Ko-Ro/Conteiner Carrier” – navio que pode transportar veículos sobre rodas (com autolocomoção) nos seus porões, e “containers” no “deck” principal (convés);o “Ro-Ro/PTCC (Puré Truck & Car Carrier)” – navio especializado exclusivamente no transporte de veículos automotores, não transportando outro tipo de carga.· Full Container Ship (navio porta-container) – tipo de navio destinado ao transporte de “containers”, comportando todos os tipos: “dry”, “reefer”, “tanks”, plataforma, etc.

Seus porões são chamados de baia e abrange a largura total do navio; de “bombordo” a “estibordo”, e são divididos em colunas, formadas por células guias e compostas por várias camadas, que indicam a altura dos “containers” embarcados. Abaixo do “deck” principal (convés) são empilhados de 6 a 7 “containers”.

No convés, são empilhados a uma altura de 4 ou 5 “containers”.

Existem também os do tipo “celulares”, assim chamados os que não têm porões, não tendo “decks”, são dotados de guias em todo o navio, para o encaixe dos “containers”.

A capacidade de carga deste tipo de navio é medida em TEU, que corresponde a um container de 20’ (vinte pés), carga útil de 28.000 a 30.000kg.

Um container de 40’ (quarenta pés) corresponde a 1 FEU, o que por sua vez corresponde a 2 TEUs.· Multi-Purpose Ship (navio multicarga) – navio versátil, pode transportar cargas características de navios convencionais, frigoríficos, Ro-Ro, porta-containers, como carga seca geral, carga frigorífica, “pallets”, veículos em geral, “containers”, etc.;· LASH – Lighter Aboard Ship (navio porta-barcaças ou chatas) – navio especial, com capacidade para o transporte de barcaças ou chatas.

Estas são carregadas ao largo, por guindastes especiais de bordo, e descarregadas também à distância, no porto de destino.

São utilizados em larga escala nos portos onde sua entrada é restrita em decorrência da pouca profundidade do porto.

Como toda a operação pode dar-se ao largo, dispensando a sua atracação no porto e a utilização de guindastes portuários, pode utilizar este recursos, inclusive, em portos cujos calados lhe permitam a entrada.

Possuindo tais características, podem evitar os congestionamentos portuários e a perda de tempo da entrada ou saída do navio do porto.

São apropriados para o transporte de qualquer tipo de mercadoria que possa ser acomodada nas chatas ou barcaças, assim como se utilizar da vantagem do transporte de mercadorias em “containers”.

A permanência do navio ancorado é a mínima necessária para operação de carga e descargas das chatas ou barcaças. · SEABEE – Sea Barge – (navio porta-barcaças ou chatas), provido de elevador submersível e convés aberto, que transporta barcaças ou chatas, embarcadas ao largo, com capacidade para movimentar barcaças de grande porte.

Suas características são as mesmas dos navios LASH sendo, portanto, uma embarcação que pode operar longe do porto.

Também pode converter-se em navio porta-container ou graneleiro.

É o mais moderno tipo de navio mercante em operação e comporta barcaças de até 800 toneladas.

A capacidade de carga dos navios diz respeito às toneladas que podem ser deslocadas, sendo assim considerados:· Gross Displacemente (deslocamento bruto) – significa o peso total que pode ser deslocado pelo navio.

Corresponde ao {peso do navio (casco+motor+equipamentos), equipagem (tripulação+pertences), combustível e carga};· Net Displacement (deslocamento líquido) – corresponde ao peso total deslocado somente pelo navio (casco+motor+equipamentos);·

Toneladas de Porte (toneladas de porte bruto) que pode se dividida em:

o Toneladas de porte bruto (tpp/tdw): corresponde à diferença entre o deslocamento bruto e o líquido = (“dead-weight”), ou seja, o que pode ser transportado em carga, combustível e equipagem;o Toneladas de porte líquido: representa o peso da carga que pode ser transportada;

o Tonelagem de porte operacional: diz respeito à diferença entre a tonelagem de porte bruto e a de porte líquido, ou seja, o peso da (equipagem+combustível).

DIMENSÕES, CAPACIDADE E GERAÇÃO DOS NAVIOS PORTA- CONTÊINER Ano de origem

Comprimento(metros) Boca(metros) Calado(metros) CapacidadeTEU Geração doNavio

20062004 397350 6350 17 16 15.0009.000 7ª Geração6ª Geração

1996 300 43 15 6.350 5ª Geração

1984 290 32 11,6 4.250 4ª Geração

1971 285 32 11,5 3000 3ª Geração

1966 210 31 10,5 1500 2ª Geração

1966 180 25 9 750 1ª Geração

Tabela 2 – Dimensões, capacidade e geração os navios porta-contêiner. Fonte: Incatep – Disponível em www, incatep.com. br - Adaptado pelo autor.

No que se refere à capacidade de carga dos navios, estes são classificados em: DENOMINAÇÃO DE NAVIOS CARGUEIROS Denominação

Capacidade de carga Tipo

Handysize 10.000 – 40.000 tdw Graneleiro

Handymax 40.000 – 60.000 tdw Graneleiro

Panamax 60.000 – 80.000 tdw Graneleiro/Tanque

Capesize 80.000 - 200.000 tdw Graneleiro

Aframax 80.000 - 120.000 tdw Tanque

Suezmax 120.000 – 200.000 tdw Tanque

VLOC – Very Large One Carrier > 200.000 tdw Graneleiro

VLCC – Very Large Crude Carrier 200.000 - 320.000 tdw Tanque

ULCC – Ultra Large Crude Carrier >320.000 tdw Tanque

Tabela 3 – Denominação de navios cargueiros.Fonte: Universidade Federal de Minas Gerais: Departamento de Transportes e Geotecnia. – Adaptado pelo autor.

Um comentário:

  1. O titulo da matéria é Porto de Luis Correia, e só fala dos navio do porto nada. Tens que trocar o titulo para tipod de navios.

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